Qualidade de Vida de Trabalhadores do Pólo Industrial de Manaus
Autor: Prof. Dr. José Humberto da Silva Filho
Co-autora: Jéssica Sampaio Bevilaqua - Aluna em orientação de monografia de conclusão do curso de Psicologia.
Duração: agosto/2008 a dezembro/2009
Aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa: 02/06/2009 (protocolo 0044.0.115.000-09)
A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é um assunto que vêm sendo discutido tanto no ramo acadêmico / científico como no organizacional. Há uma preocupação em encontrar razões para a queda de produtividade e aumento no número de casos de afastamento por adoecimento ocupacional. A QVT começa a ser estudada a partir dos anos 70, época em que o workaholic predominava e defendia que o trabalhador não deveria trabalhar para viver, mas viver para trabalhar. Ela surge em um contexto onde se inicia a preocupação em conciliar os interesses da empresa com os do trabalhador, envolvendo aspectos subjetivos, políticos e econômicos. Trata-se de uma relação de interesses onde, de um lado, a empresa procura sempre mais “colaboradores comprometidos com suas metas e objetivos”, e de outro, profissionais em busca de estabilidade financeira e apoio em seu desenvolvimento. A construção da QVT se dá a partir do momento em que a empresa e as pessoas são vistos como um todo, o que é denominado de enfoque biopsicossocial. A razão para tal envolvimento dá-se através do que Dejours denomina como binômio contribuição / retribuição onde em troca de compromisso para com a empresa, o trabalhador espera ser reconhecido profissionalmente. Este reconhecimento do outro é imprescindível para a construção da identidade de um indivíduo. A ausência dele pode acarretar uma crise de identidade e/ou adoecimento mental. A presente pesquisa teve como objetivo estudar o nível de qualidade de vida e aspectos psicoafetivos de 80 trabalhadores de setores ou cargos administrativos de 10 empresas do Pólo Industrial de Manaus, distribuídas em empresas de pequeno, médio e grande porte, onde se buscou quantificar os índices de estresse, depressão e ansiedade, além de correlacioná-los entre si e com dados sociodemográficos. Através de testes psicológicos foi possível avaliar os níveis de Ansiedade (EADS-21), Depressão (BDI e EADS-21) e Estresse (PPS e EADS-21) e Qualidade de Vida (WHOQOL). Os resultados obtidos revelaram níveis baixos de Ansiedade e Depressão com nível mais acentuado nos indicadores de Estresse. Em relação aos indicadores de qualidade de vida, examinada nas dimensões física, psicológica, relações sociais e meio ambiente, observou-se níveis aceitáveis de qualidade em três deles, sendo a exceção a qualidade de vida no meio ambiente. O presente estudo nos leva a refletir que, mesmo diante de uma amostra de pessoas com indicadores emocionais saudáveis, ainda assim, os indicadores de estresse e a baixa qualidade de vida no seu meio ambiente estão presentes.
|